Cabrito assado com mel de urze e alecrim
Tinha arranjado um bocado de cabrito e ontem andei de cá para lá com o dilema de o assar no forno ou de o grelhar na chapa, mas sempre com o fim de o fazer com mel e alecrim. Em boa hora a preguicite e também o bom senso me inclinaram para o forno.
Ao contrário do cabrito assado que normalmente faço, este não esteve tempo nenhum antes a tomar sabores. Partido aos bocados, esfreguei-o de imediato com sal, alecrim, discretamente pimenta preta do moinho. Sou cada vez mais de poucos temperos e não me tenho arrependido quando a matéria-prima é boa. Depois de massajar os bocados de cabrito com azeite, pu-los no tabuleiro do forno e levei-os a assar a 240ºC, com um nada de água no fundo.
Quando o vi louro, depois de o ter voltado uma vez, passei o cabrito para uma assadeira de pirex, Deglacei com um pouco de água (uns 150 ml) os restos do assado que tinham ficado agarrados ao tabuleiro, coei o molho obtido para uma caçarola, juntei-lhe umas pontas de alecrim e levei-o a reduzir um nada por fervura. Deitei um pouco desse molho sobre os pedaços de cabrito já na assadeira. Amornei 50 ml mel de urze no microondas para ficar mais líquido e passei meticulosamente os pedaços de cabrito por esse mel. Levei a assadeira ao forno, à mesma temperatura. É preciso vigiar para que o mel não se queime.
Enquanto isso, em lume muito forte, num tacho de fundo arredondado, à falta de wok, aqueci nele um fio de azeite, deitei as verduras já usadas num outro prato, que são óptimas, e fui-as mexendo para passarem por igual e, ainda um pouco firmes (menos que na cozinha chinesa), juntei-lhe umas três colheres de sopa de molho de cabrito. Deixei que se impregnassem e apaguei o lume.
Montei os pratos como se vê na imagem do topo e acompanhei com o Dão reserva da Quinta de Cabriz 2003, 13º, cor fechada, com aromas de fruta madura, ameixas pretas, cerejas também pretas, algo de compota, um arzinho de pinhal, taninos macios e um longo final a atestar a qualidade do vinho. Não sei dizer o que estaria melhor, se o cabrito, se o vinho. A carne de sabores delicados, sem desiquilíbrios, o rosmaninho, a ligeira doçura do mel, o sabor discreto do aipo das verduras, o vinho elegante e afirmativo, em plena pujança. Sei que faziam um casamento perfeito, dentro da imperfeição da vida humana, que é tudo ter de chegar ao fim.
Ao contrário do cabrito assado que normalmente faço, este não esteve tempo nenhum antes a tomar sabores. Partido aos bocados, esfreguei-o de imediato com sal, alecrim, discretamente pimenta preta do moinho. Sou cada vez mais de poucos temperos e não me tenho arrependido quando a matéria-prima é boa. Depois de massajar os bocados de cabrito com azeite, pu-los no tabuleiro do forno e levei-os a assar a 240ºC, com um nada de água no fundo.
Quando o vi louro, depois de o ter voltado uma vez, passei o cabrito para uma assadeira de pirex, Deglacei com um pouco de água (uns 150 ml) os restos do assado que tinham ficado agarrados ao tabuleiro, coei o molho obtido para uma caçarola, juntei-lhe umas pontas de alecrim e levei-o a reduzir um nada por fervura. Deitei um pouco desse molho sobre os pedaços de cabrito já na assadeira. Amornei 50 ml mel de urze no microondas para ficar mais líquido e passei meticulosamente os pedaços de cabrito por esse mel. Levei a assadeira ao forno, à mesma temperatura. É preciso vigiar para que o mel não se queime.
Enquanto isso, em lume muito forte, num tacho de fundo arredondado, à falta de wok, aqueci nele um fio de azeite, deitei as verduras já usadas num outro prato, que são óptimas, e fui-as mexendo para passarem por igual e, ainda um pouco firmes (menos que na cozinha chinesa), juntei-lhe umas três colheres de sopa de molho de cabrito. Deixei que se impregnassem e apaguei o lume.
Montei os pratos como se vê na imagem do topo e acompanhei com o Dão reserva da Quinta de Cabriz 2003, 13º, cor fechada, com aromas de fruta madura, ameixas pretas, cerejas também pretas, algo de compota, um arzinho de pinhal, taninos macios e um longo final a atestar a qualidade do vinho. Não sei dizer o que estaria melhor, se o cabrito, se o vinho. A carne de sabores delicados, sem desiquilíbrios, o rosmaninho, a ligeira doçura do mel, o sabor discreto do aipo das verduras, o vinho elegante e afirmativo, em plena pujança. Sei que faziam um casamento perfeito, dentro da imperfeição da vida humana, que é tudo ter de chegar ao fim.
Etiquetas: Criações - Carne
9 Comments:
E a isto se chama "preguiça"? O que seria se lhe desse "vontade de trabalhar"? ;))
Ainda bem que passei por cá depois de jantar! Mesmo assim, é difícil resistir...
Adoro cabrito!!! O seu está com um ar excelente! Mas, agora, com a Páscoa, vou comer um, feito pela minha mãe num daqueles fornos de lenha, que, se correr como o habitual, é ´divino!!!
Ah, já agora, este fim-de-semana fiz a sua receita de aba de vitela assada à moda de lafões (encontrei uma carne de óptima qualidade) e, de facto, ficou excelente. Foi um risco enorme, pois nunca tinha feito, e era para servir a uns amigos estrangeiros que por cá passaram. Adoraram! Mas, aqui, o mérito foi da carne e não da minha técnica culinária!!! E servi com um vinho tinto Quinta de Alcube, Reserva 2003! Ficou óptimo!!
Caiano Silvestre, às vezes ajudam-me, outras, que são bem mais, cozinho sem ninguém, e aí é que a preguiça bate forte. Se fosse cozinheiro, só mesmo chefe, com um pelotão de ajudantes :)
Paula, qualquer dia monto um restaurante na blogosfera :)
Também gosto bastante de cabrito. Quem não gostará, Goretti? :) Nunca penso é que é o animal com a carinha mais linda de todos os de quinta :(
A vitela é muito fácil de fazer e alegra-me que tenham gostado, sendo que a matéria-prima boa é quase todo o caminho andado.
A talho de foice, soube há pouco que num restaurante, suponho que quase tasca, em Cabril (serra do Montemuro), atam, neste prato tão bom, os pedaços de carne com fio de cozinha, um por um, cruzando o fio como num embrulho e trazendo a carne assim atada para a mesa. Achei verdadeiramente curioso :)
Que receita mais irresistível!
O cabrito saiu bem, e aquelas verduras para sopa devem ficar bem melhores assim :)
xiii... que apetite!
Enviar um comentário
<< Home