domingo, outubro 22, 2006

Enfim, a sopa de mexilhões com açafrão e Xerês


Fui por outra bolsa de mexilhões, que precisava da água deles para a sopa. Tornei a repetir o estufado de vegetais, tornei a esmagar os estames de açafrão, que doseei melhor, tornei a coar o caldo, troquei a massa fina como aletria por outra mais grossa, talvez menos de metade da grossura do esparguete, depois de a outra já estar cozida. Era fina demais e não me lembro da massa que usei na primeira vez.

Piquei salsa, pu-la no almofariz com azeite e pisei-a com o pilão, juntei-lhe os restos do açafrão para ficar com algum contraste de cor. Cozida a massa al dente, coloquei no prato cinco mexilhões sem casca, a seguir a massa, depois o caldo temperado já com um gole de Xerês e então uns traços do azeite com salsa.

Estava, finalmente, pronta a sopa que, num dia feliz, tinha criado. Há o ditado que garante, e bem: quem porfia, mata caça. Não matei nenhuma perdiz, é certo, mas saboreei a sopa que, além do mais, me aconchegou o estômago para algo que não trocava por perdiz nenhuma, ou por qualquer outro manjar, nem mesmo, naquele momento, por foie gras demi cuit, que é de tudo de comer o que mais gosto.

Esta é a segunda sopa de mexilhões que aqui ponho. Qual das duas a melhor? Respondo como as crianças, quando se lhes pergunta parvamente de quem gostam mais, se do papá, se da mamã. Digo que das duas. Depende das ocasiões. Para o almoço de hoje, por exemplo, esta foi melhor do que iria a primeira.

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