Caldo entornado de uma sopa que há-de ser de mexilhões e açafrão, perfumada com Xerês
O título vai assim porque, tendo já coado o caldo, dei um toque no cabo do coador e entornei tudo. Foi só ficar a olhar para aquilo sem crer no que via: o caldo aromático e amarelinho a espraiar-se pelo chão da cozinha. Faltavam apenas três minutos para terminar a sopa. Cozer a massa fina como aletria, dois minutos, temperar com Xerez seco e fazer o prato, outro minuto. Comer, cinco minutos. Era o meu jantar. Assim fiquei-me por um iogurte e pouco mais.
Entretanto, adianto aqui no blogue o serviço de amanhã, que sempre fui persistente. Será a sopa do meu almoço, repetindo os passos já dados, os passos que até ao desastre foram os seguintes:
1.º - Lavar e tirar as barbas aos mexilhões.
2.º - Abrir os mexilhões com um nada de água no fundo do tacho, tapá-lo e, logo que abertos, desligar o lume, destapar o tacho e retirar o marisco das conchas. Escolher uns quantos dos mais bonitos e reservar estes em separado dos outros (que vão servir para um petisco).
3. - Ralar cenoura, partir uma fatia de tomate maduro, rodelas de cebola e alho francês.
4.º - Pôr estes vegetais a estufar lentamente com azeite, grãos de pimenta preta e um pouco de salsa.
5.º - Uma vez estufadas, juntar a água que os mexilhões largaram e ainda um pouco de água normal. Deixar levantar fervura, reduzir o lume e ferver devagar.
6.º - Com um pouco de caldo, esmagar o açafrão e juntá-lo à sopa.
7.º - Coar tudo.
E foi aqui que o caldo se entornou. Prossegue amanhã.
Etiquetas: Criações - sopas, Fiascos
5 Comments:
A ideia do Xerês é óptima. Hoje resolvi aproveitar restos do caldo que me tinha sobrado da preparação de uns mexilhões e fazer uma sopa, juntando-lhe um pouco de massa. Mas para mim o sabor ficou excessivamente forte para sopa. Nem todos os aproveitamentos resultam!
Oi
muitas vezes não acho comentar,
pq o que leva o cliente ao restaurante é essa curiosidade em saber todas as nuances de sabores e a surpresa do q poderá ser...
E tb não acho mto ético da minha parte expor assim demais...
mas caso vc queira tirar alguma duvida, sem problemas...
abraços
Andrea
Damelum, aquela sobremesa do queijo fresco com mel de laranjeira e o vinagre de framboesas até quase duvido que não fui eu que a criei :-O
É bom saber que anda por cá. Se passa e não dissesse nada, era como se não passasse.
Isto cá para nós, FA, não fui suficientemente arrojado: tenho a impressão de que esta sopa ficava melhor com um pouco de Porto Velho em vez do Xerês.
No que respeita à sopa que tentou, o sabor da água dos mexilhões é já de si muito marcante e, supondo que se trata da última receita que pôs sobre mexilhões, como é muito temperada, mais marcante ficou.
Esta minha, para a próxima, até lhe tiro a cebola, faço o estufado de vegetais só com alho francês, cenoura e tomate. Julgo que o vinho do porto Velho e a ausência da cebola a tornará mais delicada.
Mas repare: agora ando com a mania dos temperos e sabores soft.
Olá, Andrea. Nem me tinha lembrado do aspecto ético. Isso é muito importante para andarmos bem connosco mesmos.A culinária para mim é um passatempo e gosto de ser criativo, mas não é mais que um passatempo. Um dia abuso da sua simpatia e escrevo-lhe um e-mail. Obrigado pelas suas palavras.
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