A vontade de comer aguça o engenho
Imagine como serão crepes assim:
Coloque no centro de cada crepe duas metades deste alperce em compota, dobre-os em almofada e, numa sertã, embeba-os com a calda dos mesmos a fervilhar no mínimo, cobrindo-os dela com a ajuda de uma colher, como se fossem ovos estrelados (o ponto da calda deve ser previamente rebaixado com um pouco de água). Macios, retire-os para a travessa de serviço, levando alguma calda com eles. Regue-os com licor de alperce feito com whisky blended nas quantidades deste cherry e como aí se explica, à mesma com os frutos inteiros, com casca, mas picados com um alfinete para o whisky poder entrar. Tenho-o feito com anos e estou agora a fazê-lo de novo, porque os alperces do licor acabaram. Ponha açúcar suficiente em cada crepe e caramelize-o com a ajuda de um maçarico de cozinha, que pode, por exemplo, comprar aqui, se ainda o não tiver. É muitíssimo mais prático que o velho ferro de queimar o leite-creme.
É assim que vou imaginando e experimentando as ideias, e esta não passará em vão. Parece-me boa a ligação dos crepes com a textura muito macia do alperce e com o crocante do caramelo, e a mistura do seu sabor à delicadeza do perfume do alperce e ao do whisky do licor, cuja força do álcool vem avivar e unir o conjunto da sobremesa, que me parece poder vir a ser bastante delicada.
Quero afirmar que nunca vi, li ou, por maioria da razão, provei crepes semelhantes ou mesmo longinquamente aproximados.
Etiquetas: Criações - Sobremesas
8 Comments:
Mas este blog é uma preciosidade! Adorei as dicas e técnicas para fazer compotas e também a receita de licor de cereja. Ainda sou uma iniciante no assunto, mas nem por isso pouco curiosa. O melhor livro que comprei sobre o assunto é um do Oded Schwartz, chamado "Compotas". A edição é portuguesa, mas não lembro qual. Fico horas lendo e relendo as receitas e já coloquei algumas em prática. Aqui no Brasil ainda se fala pouco no assunto e não temos muitos livros nem equipamentos apropriados. Mesmo assim, faço minhas tentativas. Gostei muito de seus textos, vou passar sempre por aqui. Abraços.
Opa, coloquei o nome do livro errado. Chama-se "Conservas"...risos"
Como vê, Lara, sou fã de carteirinha de damasco :) Volte sempre, não guardo segredos nem vou montar nenhum restaurante :)
Na realidade nunca vi ou li.
Mas certamente vou fazer. Parece-me muito apetitoso.
Credo, que pecado de gula! Que coisa boa devem ser estes crepes!
Kuka, alegro-me de o ver por cá, e sempre foi e é minha convicção que um pouco mais que amador de fim-de-semana como eu, ainda que muito interessado e com paixão por estas coisas, tem só a aprender com um profissional interessado, como me vem sucedendo, aliás, com o seu fogão, onde se vê o toque pessoal que torna os pratos diferentes.
Paula, vamos ver quem os faz primeiro Mas não deixe passar o tempo dos damascos, tem ainda de fazer a compota e esperar meio ano pelo licor :(
Bons, suponho que devam ser, e a gula não é pecado, se faz bem à alma :)
Tenho de emendar esse Manuel Três Is :) Sou Manuel de nome, mas devia estar não sei onde quando escolhi esse nick.
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