Sopa fria de tomate com hortelã e ovo
Tenho um palpite que este Verão vai ser muito mais dedicado que o anterior a imaginar e a executar sopas frias. Esta foi o meu jantar de hoje, um dia de calor e sede que nunca mais saciava, até comer esta sopa gelada, rica em sais minerais, com a frescura da hortelã, da própria temperatura e da ligeira acidez do tomate.
Tomate de rama muito maduro cortado aos pedaços (com pele e sementes) - 700 g
Alho francês às rodelas finas - 1
Batata média - 1
Ovos para cozer - 2
1 rodela de salpicão.
Azeite para o refogado - q.b.
Ramos de hortelã - 2
Açúcar - 1 colher de chá
Sal e pimenta preta do moinho - q.b.
Amaciei o alho francês no azeite de Foz Côa e retirei do lume.
Adicionei metade da hortelã e o tomate em bocados ao alho francês, bem como a batata e temperei de sal e pimenta preta do moinho. Deixei estufar uma hira ou mais, e fui juntando uns goles de uma canja de frango que estava no fogão.
Levei tudo ao copo misturador, com a metade da hortelã que reservara.
Liquefiz tudo
Liquefiz tudo
e passei por um coador, que devia ter sido o chinês se o tivesse encontrado. Rectifiquei de sal. Obtive assim 700 ml de sopa, suficiente apenas para duas pessoas. Deixei-a arrefecer, juntei-lhe umas pedras de gelo e pu-la no frigorífico. Bem gelada, fazia uma óptima ligação com o ovo cozido. Creio que ficará melhor com atum de conserva do que com salpicão, que também não foi mal.
Etiquetas: Criações - sopas
13 Comments:
Bela ideia.
Vai ficar marcada com "estrelinha" para a vir "reler" num destes próximos dias de canícula.
Apenas o açucar terá que sair, mas até gosto do acidulado do tomate.
Gosto muito de sopas frias... mas o meu marido, esse, detesta! ;-)
Vou reduzir as quantidades e experimentar para um dos meus almoços à solo.
Que delícia de sopa. Mas com o frio que está fazendo aqui é o momento de ficarmos com as sopas bem quentes.
Caiano Silvestre, como preciso de perder uns quilos, um dia começo a cozinhar para os dois, embora seja bem pouco o açúcar, que só serve para dar um toque mais doce, não retira a acidez nem a esconde. Essa fica lá à mostra.
É muitas vezes fácil acertar o passo conjugal. Também isso sucede nesta sopa, que é uma espécie de creme, Elvira. Por isso pode fazer a mesma sopa para os dois, uma é servida quente (mantendo o ovo cozido, o enchido ou presunto). Para si serve-a bem fria, com o ovo cozido e um pedaço de atum de conserva.
Também pode aquecê-la, Cláudia A, como disse no comentário acima. O pior é que o tomate no Inverno é mau, ainda que aí haja lugares em que é Verão todo o ano.
Estou tentada a experimentar esta sopinha logo que o calor aperte...
Ora grande ideia!!!
Que eu não estou a precisar de perder "uns" quilitos mas muitos quilitos.
Já se comia um pratinho dela!
E ainda mais eu que adoro sopa de tomate!
Caro Avental,
ainda no registo da paella ali de baixo, gostava de partilhar consigo este video sobre a mesma que me enviaram há uns dias:
http://video.on.nytimes.com/index.jsp?fr_story=5213ef8fb69567d6c2fb8dd1f9cf0bac55a7aa1d
No video faz-se uma paella com a receita original (se é que é possível classificá-la assim). Coelho e caracóis! E água, sem caldo! Fascinante.
Caríssimo CMF, fez-me saudades de situações parecidas. A paelha do vídeo levava também frango, feijocas e - caso curioso - rosmaninho (pareceu-me). Fui consultar um livro excelente, Cocina Catalana, já aqui citado e que fala também dos arrozes de Valência. Lá vinha o "romero" (rosmaninho).
É a paelha original, um prato do campo (séc. XIX), que depois veio sendo alterado ou, melhor, mudado em outros até chegarmos ao extremo da "paella marinera" (a que fiz) ou à mistura de carnes (frango, às vezes também porco, coelho raras vezes) e marisco, a mais vulgar.
Pessoalmente, sou adepto das ténicas que melhorem ou avivem o gosto dos pratos tradicionais. São os tais "toques" que tornam diverso, de família para família, determinado prato.
Os caldos, tenho constatado, quando respeitem as características do arroz, são um bom meio de tornar o sabor mais intenso.
Um dia que faça o nosso autêntico arroz de cabidela (não o exercício que com o arroz bomba aí para baixo), por exemplo, usarei um caldo reduzido de galinha, procedendo no mais do modo habitual.
Obrigado pelo endereço,é muito bom.
Sim, é verdade, a receita do video é muito parecida com aquela que tenho no já referido "3000 años...", e que pretende estar próxima do prato original. A "gastronomia arqueológica" tem o seu interesse, para conhecermos as origens, e a partir daí chegarmos muitas vezes a outras facetas culturais do passado. Mas, tal como o Avental, vejo as receitas-base como material para trabalhar, alterar, e até "adulterar". É assim que nascem as cozinhas regionais, e é assim também que se podem criar novas cozinhas. E nós, na península ibérica, temos muita matéria para trabalhar.
Outro aspecto fascinante quando falamos de regiões gastronómicas, como a mediterrânica: Se existem, como diz, variantes de pratos tradicionais em cada casa da aldeia, também é verdade que há semelhanças entre receitas feitas a milhares de quilómetros de distância. Já encontrei coisas no Montenegro que podia comer no Algarve!
Este site deixa-me com água na boca :P Que delícia!
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