Migas com carne frita e ovo de açorda de coentros
Isto andava a bailar-me na cabeça e, dominada a técnica do ovo de Arzak, era muito fácil para que eu lhe resistisse mais tempo. Temperei com antecedência com massa de pimentão, alho passado no esmagador e um nada de sal pequenos bocados de carne de porco com e sem osso. Levei-os a fritar na banha que fiz anteontem e no fim juntei-lhe mais massa de pimentão, dei-lhe umas voltas na frigideira e reservei em lugar quente. Molhei fatias finas de pão, pu-las na mesma frigideira de fritar a carne, desfi-las com a colher, adicionei alho passado pelo esmagador, rectifiquei de sal e geri as migas até enrolarem como uma omelete. Nessa altura passeia-as para a forma de empratar e assim, na sertã, tostei essa quase bolacha. Fiz o ovo como disse aqui, mas agora com o filme alimentar pincelado com azeite e coentros partidos miudamente. Depois foi só montar. Era para lhe ter chamado Sabores Alentejanos, um título mais próprio para um livro do que para um prato. No entanto, foi essa a minha intenção, juntar num só prato os mais evidentes sabores alentejanos.
Etiquetas: Criações - Carne
12 Comments:
Passei para ver o agradecimento e adorei! Talvez o catchup industrial não leve tantas especiarias e aromas, mas, afinal, se o fazemos em casa, por que fazê-lo sem sabores, não é? A propósito, tirei a receita de um livro excelente, "Conservas", de Oded Schwartz. A edição é portuguesa. Recomendo. Abraços.
Bem, estou a ver que andou ocupado no fim de semana... Adorei ver os seus rojões...Até lhes senti o cheiro que cá estava meio perdido nas minhas memórias de infância, quando em casa dos meus avós se fazia a matança do porco.
Era aquele panelão de cobre (acho eu) no lume da cozinha e os rojões ali a fritarem lentamente. E, no fim, guardava-se a banha em frascos de vidro, e os rojões que eu comia até não puder mais. Ainda guardo na lembrança o sabor e o cheiro daquela carne.
Nunca mais comi nenhuns tão bons, apenas alguns aceitáveis!
Já agora aproveito comentar a questão das batatas fritas no bacalhau á bráz. Realmente nunca experimentei pôr de molho as batatas de compra...acho que ficariam desfeitas. Mas nesta maneira de fazer bacalhau à bráz, não se nota a "aspereza" das batatas de compra, pois elas acabam por se "demolhar" na mistura de bacalhau, cebola e azeite, que eu tendencialmente deixo com "molho",exactamente para molhar as batatinhas!
Caro Avental,
li o seu comentário sobre o Bacalhau à Brás da Colher de Pau e tenho aqui uma excelente sugestão:
http://diariodacozinha.blogspot.com/2006/03/bacalhau-kotta.html#links
Veja no final desse post uma foto do utensilio que uso para cortar rapidamente e finamente as batatas palha.
(também uso para cortar cebolas em segundos, seja em rodelas para a caldeirada ou cubinhos pequenininhos para refogados. Também dá para ralar cenoura, couve roxa, fazer batatas pala-pala, etc...)
Custou 30 euros numa feira de gastronomia em Azeitão, na AERSET.
PS: adorooooooo migas, hummm...
que delícia de blog.
gosto da descrição das tentativas, quando as há.
está nos favoritos e virei espreitar.
parabéns
Quem disse que a nossa cozinha tradicional não tem apresentação requintada?
Olá!
Quero te convidar a conhecer meu blog.
Quando tiver um tempinho, entra lá, deixe sua opinião e, se gostar,indique aos amigos.
Obrigada!!!
Lara, creio que o ketchup seria bom que fosse todo assim, muito especiado, e o tivessem nas hamburgueserias. Em vez da falta de qualidade tradicional desses hambúrgueres, sobressairia a alta qualidade do ketchup :)
O problema agora está na qualidade da carne. Creio que nunca mais comeremos carne de porco como a do tempo dos nossos avós. Dantes os porcos levavam um ano ou mais a engordar, agora nem metade, bastam cinco meses, cinco meses e meio. Digamos que são frangos de quatro patas e que, além disso, roncam :)
Que sorte teve, Mónica! Ando à procura há anos de um aparelho desses, o do robot de cozinha era suposto que as cortasse assim, mas saem como tiras de batatas fritas de pacote. Se há coisa que me aborreça é cortar batata palha à faca, primeiro rodelas, depois tiras :(
Lima, não encontro o seu blogue, nem é forçoso encontrá-lo nem sequer legítimo ter de encontrá-lo. Só que assim eu conferia ideias, se acaso se dedica a estas coisas.
Mestre, é das coisas em culinária que mais me agrada fazer, imaginar e executar pratos da nossa cozinha riquíssima com uma uma roupagem moderna.
Tenho para mim, como grandes desafios a este tipo de apresentação, o arroz de cabidela e a feijoada. A feijoada nem será assim tão difícil (já a tenho meio resolvida), agora o arroz de cabidela (de marisco, etc.) já dará água pela barba para anos :)
intiresno muito, obrigado
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